História das Minas do Pejão

A história do Couto Mineiro do Pejão começa em 1859, quando o Concelho d'Obras Públicas e Minas decidiu examinar e reconhecer a existência de uma mina de carvão situada no Monte das Cavadinhas, no Pejão, freguesia de São Pedro do Paraíso, concelho de Castelo de Paiva. O reconhecimento surgiu na sequência da correspondência enviada pelos Srs. Francisco Saraiva Couraça e Augusto d'Azevedo de Pinho Leite a Sua Majestade onde requeriam o reconhecimento da dita mina de carvão. Contudo, os estudos efectuados, principalmente, por Sharpe em 1849 e Carlos Ribeiro, em 1963, evidenciaram que a exploração da mina do Pejão não era a mais favorável.

As concessões mais antigas que se conhecem são de 1884, data a partir da qual se iniciaram os primeiros trabalhos de prospecção, pesquisa e exploração realizados por uma empresa de origem Inglesa. A exploração era subterrânea e o nome dado à mina foi "Mina de Cinquenta".

Entre 1908 e 1917, as concessões relativas ao Couto Mineiro do Pejão eram exploradas pela Companhia Portuguesa de Carvão e pela "Anglo-Portuguesa Colliers, Lda.".

Em 1917 foi fundada a "Empresa Carbonífera do Douro, Lda." (ECD) com um capital de 200 contos.

A Primeira Grande Guerra Mundial (1914-18) deu o primeiro impulso na exploração destas minas. O afloramento e a possança conferiram à Mina do Pejão notoriedade, embora a sua importância fosse diminuída pela friabilidade do carvão.

Foram, entretanto, localizados outros afloramentos de carvão que deram origem a diversas minas concessionadas, tais como: Folgoso, São Domingos, Arda, Serrinha, Paraduça e Germunde que, conjuntamente com o Pejão, formavam o referido Couto Mineiro do Pejão, estendendo-se desde o lugar de Germunde até ao Alto do Pejão, numa extensão de aproximadamente 10 Km.

Em 1933, após falência, a ECD foi adquirida por um grupo Belga, liderado por Jean Tyssen. Durante o período respeitante à sua administração, a empresa sofreu uma enorme evolução, quer a nível de produção, quer a nível de desenvolvimento de infra-estruturas, quer a nível social.

Com a Segunda Guerra Mundial (1939-45) e nos primeiros anos do pós-Guerra, a empresa atravessou um período de grande desenvolvimento, com duas minas em exploração.

Em Maio de 1963, a ECD foi transformada em Sociedade Anónima de Responsabilidade Limitada sob a denominação de "Empresa Carbonífera do Douro, S.A.R.L.".

Em 1977, foi adquirida pelo Estado Português continuando, no entanto, a reger-se pelo estatuto de sociedade anónima adquirido em 1963.

Em 1984, devido ao convénio celebrado entre o "Instituto de Participações do Estado, E.P." e a "Ferrominas", a ECD passa a pertencer a esta última.

As Minas do Pejão foram encerradas, oficialmente, no dia 31 de Dezembro de 1994 (ver Jornal de Notícias, 30/12/94, p.6; O Primeiro de Janeiro, 30/12/94, p.1; O Público, 10/01/95, p.22), terminando assim mais de um século de exploração mineira no Couto Mineiro do Pejão.

(Fonte: Tese 'Caracterização Hidrogeológica e Hidrogeoquímica da Área Mineira de Germunde, Pejão' de Renata Santos, a quem deixamos os nossos agradecimentos).

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